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15JAN
2019

Terceiro Setor e sustentabilidade: conheça projetos que fazem a diferença em Santa Catarina

 O Terceiro Setor é formado por instituições sem fins lucrativos (fundações, entidades filantrópicas, associações comunitárias e organizações não governamentais – ONGs). Essas instituições se constituem formalmente e têm gestão própria, no entanto, o que as diferencia das instituições públicas ou privadas é seu caráter voluntário e o fato de realizarem suas atividades sem visar ao lucro. Ou seja, a renda gerada é utilizada para as ações da instituição, nenhum participante pode ter benefícios materiais.

Com seus trabalhos socioambientais, as Organizações Não Governamentais (ONGs) exercem papel fundamental na busca pela conservação das espécies, preservação dos ecossistemas, na luta por direitos humanos, equidade, dignidade do cidadão e qualidade de vida e para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.

As frentes de atuação das ONGs são diversas e coincidem com os tópicos de sustentabilidadde da Agenda 2030 das Organização das Nações Unidas (ONU): melhoria das condições de vida de pessoas em situação de rua, vulnerabilidade social ou comunidades carentes; acolhimento de mulheres e LGBTs vítimas de violência; reintegração social de usuário de drogas na sociedade; cuidados com menores e idosos em condição de abandono; oferta de cursos e reinserção no mercado de trabalho; saúde; educação; causas animais e cuidados ambientais; promoção do esporte e de atividades esportivas, culturais ou recreativas etc.

O papel das ONGs na construção de um país mais justo e sustentável

Geralmente, as ONGs são criadas para suprir uma deficiência do Estado, cumprindo um papel de assistência e geração de oportunidades que deveria ser desempenhado pelo governo. Em tempos de crises e incertezas econômicas causadas pelo aumento do desemprego e da informalidade, essas instituições são mais acionadas e, desse modo, necessitam de mais voluntários e da iniciativa privada, que deve ser parceira da sociedade civil.

Segundo o último levantamento do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), publicado no primeiro semestre de 2018, o Brasil fechou o ano de 2017 com 820 mil ONGs – 400 a mais que no ano anterior. Ainda de acordo com o IPEA, Santa Catarina tem cerca entre 45 e 60 mil organizações da sociedade civil. O crescimento no número de ONGs demonstra o aumento de demanda socioambiental e a preocupação de grupos de pessoas em suprir essa demanda e agir em prol de um futuro melhor para o País.


Mapa das Organizações da Sociedade Civil, IPEA, Governo Federal, 2019. — Foto: Reprodução Mapa das Organizações da Sociedade Civil, IPEA, Governo Federal, 2019. — Foto: Reprodução
Mapa das Organizações da Sociedade Civil, IPEA, Governo Federal, 2019. — Foto: Reprodução

ONGs catarinenses trabalham por um mundo mais sustentável

Route Brasil

O ROUTE Brasil pratica ações para reduzir o impacto do consumo e do descarte de resíduos em ambientes naturais. O ROUTE já atingiu oito países e opera com 11 projetos, entre limpeza de praias e ilhas, palestras e ações artísticas e educativas, que questionam a responsabilidade do consumidor e propõem que as grandes empresas repensem suas políticas de descarte e logística reversa.

Em um único evento, a ONG chegou a reunir 800 voluntários para a limpeza da Guarda do Embaú. O ROUTE costuma envolver calouros de cursos das universidades do Estado em Trotes Solidários de limpeza de praias, recentemente, em uma única hora de ação na praia da Joaquina (Florianópolis), foram recolhidas 32 garrafas e dois copos de vidro; 71 garrafas e 118 copos plásticos; 145 latas; 11 caixas de isopor; além de roupas e calçados. Todo resíduo recolhido passa por uma triagem e é encaminhado para doação ou para reciclagem.

Projeto AFRICATARINA

O Projeto AFRICATARINA de Percussão desenvolve atividades preservação e resgate da cultura e da tradição afrobrasileira, pesquisando os sons e a execução de músicas a partir dos diversos ritmos afroamericanos, e oferece curso permanente e gratuito de percussão a crianças e adolescentes das comunidades do sul da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, desempenhando importante papel social, combatendo a ociosidade dos jovens em situação de vulnerabilidade social e cultural, e desenvolvendo valores imprescidíveis para o seu futuro e formação como pessoas.


O grupo realiza oficinas de percussão, apresentações e performances em oficinas, congressos e festivais no Brasil e até fora do País, e é presença esperada nos dias de carnaval na Ilha, quando desfila como bloco, mostrando o resultado do trabalho com as crianças e jovens e arrastando foliões pelas ruas do Centro da capital.

Juntamente com os projetos de arte-educação em música, o AFRICATARINA também incentiva o empreenderorismo e trabalha para que os jovens tenham acesso ao mercado de trabalho através de projetos de rádio comunitária, animação audiovisual, oficinas de arte/artesanato com material reciclado, além do trabalho de urbanização da área de lazer dos arredores da Lagoa do Peri.

Instituto É o Bicho!

Atua na proteção e defesa do direito à vida dos animais de rua e/ou vítimas de maus-tratos. O Instituto promove mais de dez ações – socioeducativas, de reciclagem de lixo, de castração animal, de combate à caça, entre outras –, além de recolher e disponibilizar para adoção animais abandandonados ou que sofreram de maus-tratos.

APACO

A Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense (APACO) tem como objetivo estimular e assessorar o desenvolvimento da agricultura de grupo na região oeste de SC. Suas ações promovem o desenvolvimento sustentável e solidário para a construção de um novo modelo de agricultura, com base na cooperação das unidades de produção familiar, para adoção de programas baseados na agroecologia, na geração de trabalho e renda, no incentivo da participação e da emancipação da mulher do campo, na solidariedade e na sustentabilidade.

Os programas em gestão agrícola associativa visa fortalecer a agricultura familiar, com isso, foram criadas de nove cooperativas familiares de comercialização de produtos, com assistência para obtenção de créditos, e ainda promove o agroturismo e o intercâmbio de experiências e conhecimentos, ajudando jovens produtores em viagens e estágios.

Espaço Silvestre

A ONG Espaço Silvestre dedica-se à reintrodução do papagaio-de-peito-roxo e à preservação ambiental do Parque Nacional das Araucárias (SC). Entre os trabalhos desenvolvidos, destacam-se: reitrodução do papagaio-de-peito-roxo na natureza; pesquisa genética da espécie; ações de educação ambiental.


Mais de 150 papagaios já foram soltos e reintegrados desde a fundação da ONG, que promove também a capacitação de mulheres da região e a geração de trabalho e renda através da confecção de produtos com a marca da ONG, cuja venda é revertida integralmente para associações de mulheres ou para as próprias atesãs, que, desde 2013 (quando a parceria começou), viram sua renda aumentar mais de 60%.

IVG (Instituto Padre Vilson Groh)

De acordo com o Pe. Vilson Groh, presidente do IVG, as ações do Instituto são desenvolvidas como forma de mostrar que alguns problemas da população podem ser resolvidos de maneira criativa, contruindo um elo entre as pessoas que precisam de ajuda e as que desejam ajudar.

O IGV funciona como um catalisador de ações de sete organizações com foco em educação infantil e de jovens e ensino profissionalizante e de preparação para o vestibular, mobilizando, anualmente, entre atendimentos regulares, colaboradores e voluntários, mais de 16 mil pessoas. Outras milhares de pessoas são atendidas em ações de distribuição de marmitas, alimentos e roupas.

Fonte: G1

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