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16SET
2020

CBH São Lourenço leva projetos de recuperação de nascentes para três municípios de MT

 
Dois projetos que visam identificar, recuperar e preservar nascentes estão sendo colocados em prática pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Lourenço. Com ações já desenvolvidas na região de Rondonópolis e Juscimeira, o Comitê se prepara para promover novas visitas técnicas no município de São Pedro da Cipa. Tendo o apoio de entidades e organizações governamentais, todo o trabalho vem sendo realizado com o objetivo de evitar maiores degradações, principalmente em lagos, córregos, rios e até mesmo nas camadas de água subterrâneas.

Intitulados "Projeto de Revitalização e Urbanização do Córrego Águas Claras" e "Projeto Recuperando Nascentes do Arareau", ambos possuem um interesse em comum: a mobilização social pela conservação dos espaços dos nascedouros de água. Para a execução dos projetos, o Comitê conta com o apoio das Prefeituras Municipais de Rondonópolis e Juscimeira.

Segundo o presidente do CBH São Lourenço, Higor Hoffmann, atuar na conservação de um recurso essencial para a vida humana tornam os projetos ainda mais relevantes. "As ações são importantes pois temos no eixo central a questão da água. Utilizamos técnicas de avaliação da qualidade e quantidade das águas, além das interações ecológicas e os possíveis usos sem a degradação ambiental. Toda essa abordagem socioambiental, de educação ambiental e proteção em torno das nascentes é fundamental".

Ribeirão Arareau

O ribeirão Arareau faz parte da microbacia do rio Vermelho e possui uma das suas principais nascentes localizadas no perímetro urbano, entre Rondonópolis e Poxoréu.

Com um comprimento total de aproximadamente 98 km, o ribeirão integra uma região importante para irrigar a maior planície alagada do mundo, o Pantanal. Estima-se que existam 89 nascentes apenas na zona rural de Poxoréu, entretanto esse número pode ser ainda maior.

Desde a década de 50 o ribeirão tem sido ferramenta fundamental para a consolidação de muitas famílias na região. Segundo registros históricos da época, muitas pessoas utilizavam as águas para lavagem de roupas, limpeza de alimentos e outras atividades.

De acordo com um estudo realizado em 2006, a região já apresenta sinais graves de degradação, como o assoreamento, processo pelo qual o leito de um rio se eleva em função do acúmulo de sedimentos e detritos levados para dentro dele, poluição e contaminação por substâncias que tornam a água imprópria para diversas atividades.

Córrego Águas Claras e suas sub bacias

Utilizado como principal meio de abastecimento da cidade de Juscimeira entre a década de 70 a 90, o córrego está localizado próximo a BR 364 e apresenta uma extensão de aproximadamente 9.638 km.

Em uma avaliação prévia, o Córrego Águas Claras apresentou características de alta degradação, processos de assoreamento, erosão, contaminação e poluição. Todos esses aspectos estão ocorrendo no perímetro urbano e agrícola devido ao impacto das ações humanas na região.

A construção de casas e ruas em cima de uma região considerada Área de Preservação Ambiental (APP), tornou o território da sub bacia completamente modificado e sofrendo com a má utilização e falta de planejamento.

Ações em campo

Nas visitas já realizadas os cenários encontrados são variados, desde nascentes preservada até outras já secas. De acordo com o presidente do CBH, que também visitou as regiões de atuação do projeto, a situação mais crítica foi vista no Córrego Águas Claras. "Em uma de nossas visitas encontramos duas situações não vistas até então, como a migração de uma nascente para outro local e uma que acabou secando, nesse caso devemos realizar uma segunda avaliação no período de chuvas", concluiu.

Sobre as nascentes localizadas dentro de propriedades particulares, Higor afirma que até o momento não houve resistência por parte dos moradores e que existe uma cooperação para identificar e recuperar estes nascedouros. "Em ambos os projetos não encontramos nenhuma resistência para adentrar nas propriedades, sempre conseguimos um acesso bem facilitado por parte dos moradores", comenta.

Com a conclusão de boa parte dos trabalhos, os resultados já começam a ser observados nas regiões visitadas pelo projeto. No caso do Arareua foram 20 nascentes cercadas e que atualmente seguem em fase de recuperação. Para a região também foram produzidos mapas georeferenciados, com avaliação de uso e ocupação

Já o projeto Águas Claras segue em execução com atividades de análise da qualidade da água. A visita técnica em Juscimeira já está agendada para esta quinta-feira (10), lá os integrantes do projeto devem coletar amostras para uma investigação criteriosa posteriormente. Com o levantamento será possível identificar não só o estado das nascentes, como também de todo o curso do córrego.

Diante da necessidade de um trabalho coletivo, além do apoio das prefeituras, o Comitê contou com a ajuda da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), da ONG Arareau e da sociedade civil.

Conheça o CBH São Lourenço

O Comitê de Bacia Hidrográfica do rio São Lourenço possui uma grande área de atuação, com população total estimada em mais de 376 mil habitante, dos quais mais de 317 mil estão em áreas urbanas. Sua área de abrangência chega nos municípios de: Alto Garças, Pedra Preta, São José do Povo, Itiquira, Rondonópolis, Barão do Melgaço, Santo Antônio de Leverger, Juscimeira, São Pedro da Cipa, Jaciara, Dom Aquino, Poxoréu Guiratinga e Campo Verde.

Saiba mais sobre as ações do Comitê e fique por dentro das atualizações no site oficial do CBH https://cbhsaolourenco.wixsite.com/website/cbhsl

Fonte: SEMA-MT

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